sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Minha irmã, a melhor das amigas!


Quando eu tinha 21 para 22 anos de idade, recebi a notícia de que minha irmã e melhor amiga iria se aventurar nos EUA e tentar uma nova vida.

As coisas para ela aqui no Brasil não andavam muito bem. Ela teve algumas decepções e resolveu cuidar um pouco da própria vida.

No início, achei genial a idéia, achei o máximo ter uma irmã que iria morar fora, mas depois me dei conta de que estaria “perdendo” uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Quando nós éramos pequenas, brigávamos muito. Coisas de irmãos. Brigava por besteiras. Era um tal de puxar cabelo aqui, cabelo lá...

Mas se alguém de fora mexesse com uma das duas, aí o bicho pegava. Nós nos defendíamos com unhas e dentes.

Lembro até hoje, no colégio, eu devia ter uns 5 ou 6 anos de idade e fui beber água (naqueles bebedouros enormes) e um menino mais velho – para aparecer para os outros amigos – puxou minhas calças para baixo. Eu comecei a chorar e sai correndo de vergonha. Quando cheguei perto da minha irmã, ela me perguntou o que tinha acontecido e eu contei. Ela saiu feito um furacão em direção aos meninos e falou na orelha deles por uns bons minutos. Eles ficaram calados, morrendo de medo. E ao sair de lá, dei uma olhada irônica para o menino que fez aquilo, como quem diz: Viu só, ela acabou com vocês e É A MINHA IRMÃ.

Mas voltando ao início do texto, lembro do dia em que fomos levá-la ao aeroporto. Era uma sensação estranha. Ao mesmo tempo que eu estava feliz dela ir “refazer” a vida, meu coração estava em pedaços. Ela não quis se despedir de mim, falou para eu ir embora antes dela seguir em direção a sala de embarque. Dei um tchau como se a gente fosse se ver no dia seguinte, mas na verdade eu sabia que não seria assim. Sai durona, para não deixar ela triste, mas foi só chegar no carro que a saudade e emoção veio a tona. Chorei por horas.

E os dias foram se passando. A minha companheira de quarto não estava lá pra gente bater papo até de madrugada, contar as fofocas do dia, dar muita risada...e por aí vai.

No início era muito difícil a gente se falar por telefone, pois era tudo novidade e não tínhamos nenhuma informação de como fazer as coisas de forma mais prática, era tudo muito caro. Ela mal sabia mexer no computador (apesar de eu ter feito um manual que eu mesma criei de como entrar no e-mail dela...rs).

Eu diria que o primeiro ano até foi mais fácil agüentar a saudade, mas depois foi apertando muito.

Com o passar do tempo...conseguimos nos falar quase que diariamente pelo telefone. Fora que ela aprendeu a mexer na internet e outras coisas....rs. Isso amenizou um pouco a saudade.
Mil coisas aconteceram em nossas vidas, muitas mudanças e apesar da distância, estávamos sempre “juntas”...sempre com o pensamento na outra.

Fico pensando que se eu tiver mais de um filho, quero que a relação deles seja exatamente como a nossa. Somos cúmplices, amigas.

Quando perdemos a mamãe, foi o momento mais difícil. Ela lá do outro lado (sempre se sentindo culpada por tudo) e eu aqui, com medo de como ela estaria. No início eu me preocupava mais com ela, do que com os meus sentimentos em relação a minha pior perda.

E lá se foram 8 anos e pouco sem ver minha irmã.

Muitas vezes me pego chorando, por ficar imaginando o nosso reencontro. Eu viajo, vou além e talvez sinto a emoção do próprio momento (que eu ainda vou sentir em breve, se Deus quiser).
Não sei explicar o que é ter uma irmã igual a minha. Não sei mensurar o tamanho do meu orgulho e admiração por ela. Não sei dizer o tamanho do meu amor.

Sinto muita falta dela em muitos momentos. Muita falta mesmo. Sinto falta das palhaçadas, de falar besteira, das briguinhas bestas, da brincadeira de irmãzinha e circo, saudade de quando eu lutava pra ela me deixar dar um beijo nela, saudade de quando ela falava que adorava quando eu acordava, porque eu ficava “molinha”, saudade dos piqueniques no quarto pra espantar a tristeza, das confidências, de acordarmos juntas de mau humor, de brigar pra ver quem ia tomar banho primeiro, das vezes que dividimos os “atuns e milhos”, das divisões exatamente iguais dos palmitos, dos brigadeiros na panela, das vezes que ela me “comprava” com um humilde ticket (rsrsrsrs), das saídas escondidas pros pagodes, de pegar as roupas dela sem pedir (e levar bronca depois...rs)....SAUDADE....SÃO MUITAS AS SAUDADES, passaria horas aqui...escrevendo tudo que vivemos juntas.

Mas fico feliz por saber que ela está feliz. Ela foi atrás de um sonho e conseguiu realizar. Encontrou o seu príncipe encantado, conquistou suas coisas e está rodeadas de pessoas que só querem o seu bem.

Cá, quero que saiba que nesse momento especial da minha vida, no dia do meu casamento, você não estará presente de corpo (pois você está a km de distância), mas eu tenho certeza que você estará em pensamento, muito mais presente que muita gente.

E não se sinta culpada por isso, pois tenho certeza que Deus está preparando algo muito legal pra gente. Um reencontro no momento certo. Ele sabe o que faz! E você sabe disso!

TE AMO MUUUUUUUUITO MINHA IRMÃ, AMIGA E MUITAS VEZES MÃE...rs

Sua irmãzinha

Bi
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7 comentários:

Escolhidos por Cristo disse...

Se voce visse a minha cara agora ...tenho certeza que nao ia querer colocar no seu bolg...
Inchada de tanto chorar...
Bi...faço das suas as minhas palavras!!!!!
Obrigada por ser a minha irmã...e por voce ser tão especial na minha vida!!!
te amo tanto que nao cabe em nenhuma palavra...
e eu vou estar presente no seu casamento SIM!!!...mesmo estando a muitos km de distancia...
beijos
Carola

Gabi Turano disse...

rsrs
Seti saudade....e fiz questão de escrever aquilo que estava sentindo.
TE AMO!

vera lúcia amaro disse...

Gabi e Carola,
Vcs me fizeram chorar e muito, de amor, saudades, alegria de um tudo.
Essas palavras, Gabi, vc deveria mandar pela Internet.
São melhores do que muitas orações o que escreveu.
Muitos beijos nas 2
tia Vera

Gabi Turano disse...

Tia...
Foi escrito com muito amor....por isso emociona!!! Até eu...que li agora de novo, fiquei engasgada...rsrsrsrsrsrs
Bjocas
Gabi

Vanessa disse...

Meninas... amo vocês!
Gabi, estou chorando feito tonta, sozinha com o João, tentnado explicar prá ele que não é ele o culpado... mas não teve como não me emocionar com essa demonstração de amor...
Eu e a Dani vivemos muitas coisas também, mas acho que não éramos tão próximas como vocês... e apesar de não estarmos a quilometros de distância também senti saudade dela... e saudade de tudo aquilo que poderíamos ter vivido e não fizemos...
Que Deus providencie esse reencontro logo!
Beijo no coração de vocês
Van

Gabi Turano disse...

Ai Nêssa, chora não....o João vai ficar bravo comigo...rsrsrs
Pois é...a saudade é uma coisa muito louca de ser explicada...só mesmo quem REALMENTE sente, sabe oq é. É aquela saudade que algumas vezes dói.
Mas estamos indo devagar...o nosso reencontro valerá a pena....valerá pelos quase 9 anos de distância....tenho certeza. Papai do Céu não falha!
Bjos

Dani Turano disse...

ahhhh, bestona! quanta palhaçada! vc já entendeu, né, nem preciso comentar mais... mala!